Apagaram de mim, voluptuosas lembranças
Retroajo, revivendo minhas memórias de suco verde no bar vermelho falido (da Rua Professor João Cândido)
Na grama da pizza hut (bem ali na Avenida Ayrton Senna)
Perdido no meu sorriso de camisa rosa, dentinhos fechados (juro que sem diastema, naturais de aparelho)
Naquele show do Oasis na Arena Expotrade (localizado em Pinhais na Região Metropolitana de Curitiba), com aquele frio da bexiga
Do terninho cafona do meu pai (xadrez), camisetinha do jackass, naquele barzinho tão nosso, comendo batata suíça, para tudo morri! Que saudade lascada da Villa Badú
Adorava fingir que era um pseudo cult, dias memoráveis no valecão!
Tempos de teatro, de casa de terror, na Rua Cuiabá, de textos decorados
Dias de boliche no Shopping Catuaí, de aniversário de 18 anos, de primeira namorada, de idas e vindas na Rua Sergipe
Sem dizer aqueles tempos (homéricos) de stalkear as pretendentes no Orkut
Tempos dos incansáveis bilhetinhos no (Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – Unopar da Tiete), naquele casamento da engenharia elétrica com o jornalismo
Lembranças do Bar do Baixinho e do Yoshio’s Bar, daqueles espetinhos, e até dos seus resmunguinhos
Tempos esparsos
Que vão precisar de muitas encarnações para curar cada “feridinha”
Tempos que eu jamais vou esquecer, amargos, desprezíveis, meus, empesteados, nauseabundos, que não nego jamais
E hoje, resigno-me, que tudo fique no passado, bem guardado, e quem sabe perdoado (pelo menos do meu lado)…
Que fique claro, que nem tudo é passado, ainda que não seja lembrado, talvez eu tenha vivido ao seu lado, ainda que não seja superestimado, te deixei guardadinho bem dentro desse coraçãozinho petrificado
Nunca vou esquecer das suas “íris” falsas, realmente você não fica bem de castanho
Jamais, poderia reclamar do criador, pois ele sempre foi benevolente, em certo momento até me presenteou com um par de olhos esverdeados adocicados
Não estou interessado na genética dos seus olhos, pouco me importa os genes recessivos e dominantes
Com miopia, astigmatismo ou hipermetropia, eu não sei bem como você é, e pouco me importa, eu não tenho pressa, vivo com a calma daquele senhorzinho, que agradece a dádiva de viver outro dia…
Com aquela plenitude de menino, de orelha virada de cachorro e/ou de gato!
E mesmo não sabendo quem é você, te encontro na maciez da roupa limpa, na alegria de saborear aquele prato predileto, ou apenas, na simplicidade de ter alguma coisinha, para comer ou beber
Te encontro nas minhas gulodices noturnas, em minhas desinteligências diárias
Pode vir sem medo, que seja o recomeço, o fim e até uma nova história.
Autor: Gustavo Rugila
Vamos falar um pouquinho sobre esse texto que se trata mais de um desabafo, parece que escrever lhe ajuda a superar, a juntar cada caquinho. Primeiramente para sarar as feridinhas deve-se para com essa mania de reviver os momentos, de relembrar, é difícil, eu sei…ainda mais quando nos apegamos a cada detalhe, o toque, o cheiro, a sensação boa que a pessoa lhe causa. É como a música do Caetano Veloso: ” agora…que faço eu da vida sem você, você só me ensinou a te querer…” Acho que é isso (rsrsrs). Mas é preciso parar de ruminar, de se culpar por amar demais. É preciso seguir em frente, novos sonhos, novos planos e experiências. É preciso transcender!!!
*parar ( no 4° parágrafo lê-se parar e não para)