É, hoje eu vou falar de você…
As vezes a tenho com afinco de menino, tão fugaz, que muitas vezes a perco, e fico sem prumo
Tão sorrateira quanto aquele beijo roubado no cinema, insólita, como o vocabulário inteiro, complexa, menina arteira
Sorrateira e espevitada
Benzodiazepina
Eufórica
Embaraçada, superestimada e sumida
Me abandona, me deixa calado e mudo
Te encontro no sorriso de outrem, no desabrochar daquele lírio rosa
Encontro você até no desencontro das minhas palavras desprendidas
Na lucidez das manhas chuvosas
Assim, eu e você caminhamos, nos meus ardis secretos romances
Tão meus, e nada seus, tão singular
Por favor, não me abandona, e nem seja fujona…
Juvenil e senil
Seja na medida, no ponto certo, que assim da liga
De outro jeito não a quero, e nem tente ser letárgica
Estrada de mão única, devassa, que não precisa de mim
Igual alguns amores cruéis, inefáveis e embriagantes
Incansável e louca!
E tão dissimulada
Igual agora…
Eu aqui e você lá fora
Inspiração, inspiração, cadê você?