Meus exageros não são fáceis de ser compreendidos, afinal, exagero em tudo. No sabonete que lava meu corpo, até no uso dos antitranspirantes, aqueles em roll-on.
Utilizo todos esses produtos de forma abusiva, sendo que em um único banho, sou capaz de gastar o sabonete a ponto de sobrar apenas um pequeno filete da barra grossa que havia antes.
O uso do desodorante então, nem se fala! Fica aquela mancha cremosa branca nas axilas que demora a secar. Tudo isso parece hilário, mas faz parte do meu ser. Quando se trata de remédios, principalmente dos analgésicos, não me sinto satisfeito e durante o dia, preciso tomar doses cavalares ,ou seja, uns 4 comprimidos de 750 mg para sanar minhas dores, que de certa forma são crônicas.
Chamadas de enxaquecas, explico que os 4 comprimidos são tomados, separadamente, em horários distintos, antes que me entendam mal e me chamem de maníaco do paracetamol.
E quando falamos da ansiedade que ataca o peito, a coisa é ainda pior. Existem medicamentos que inibem a ansiedade, para que ela salte para os picos mais elevados e críticos, não permitindo a aparição das famosas crises. Algumas pessoas, ao invés de pingar 5 gotinhas (concentração de 2,5 mg/mL) que seria mais do que o suficiente, sentem a necessidade de pingar de 10 a 15 gotas para se sentirem bem.
Em contrapartida alguns exageros podem trazer algum tipo de beneficio. Imagine que você quer concorrer a uma vaga nos mais concorridos concursos. Se não empenhar-se nos estudos e passar algumas horas se dedicando, as chances de obter êxito são praticamente nulas.
Exagerar é preciso e necessário.
Exageros numa mesa de bar com o famoso álcool etílico (etanol) do lado, seja ele fermentado ou destilado, traz aquela sensação de conforto e liberdade para falar o que pensa. Mas depois, devido ao grande exagero, vem a corriqueira ressaca, uma resposta do corpo pedindo socorro e água por conta do seu exagero.
Também exageramos em vícios como jogatinas, torcer por um time de futebol de forma exacerbada e até brigar por causa de algo tão fútil. São os exageros do cotidiano, ou até mesmo abusos, como o uso do ácido lisérgico, cannabis ativa, tabagismo e tantas outras falsas fugas.
Outros exemplos clássicos são aqueles que vêm do mundo dos eclesiásticos, que tentam lhe convencer de qualquer forma que seu estilo de vida é superior ao dos outros mortais e fazem verdadeiras lavagens cerebrais, tudo para lhe fazer acreditar que pode consertar o mundo com a sua fé exagerada cega e não raciocinada. Na política, também temos exemplos de exageros: exagero de hipocrisia, sarcasmo, corrupção, compra de vontades e outras politicagens a mais. Não podemos esquecer os ninfomaníacos e todos esses…
Não poderia esquecer-me de citar a compulsão alimentar, que afeta tantas pessoas. Os gastões de plantão obsessivos que gastam tudo que podem com coisas supérfluas e desnecessárias.
Concluindo, o exagero faz parte do ser humano.
Como já dizia a canção interpretada por Cazuza: “Exagerado jogado aos teus pés, eu sou mesmo exagerado”.
O exagero esta presente em tudo: no amor, nas paixões, no ódio, no bem e no mal. E isso é ser humano. Nas mentiras que conto, na hipocrisia e outros tantos temas que já me falham a memória.
E sempre tenha cuidado. Exageros podem causar algumas complicações desagradáveis, como quando se sente a necessidade de lavar a mão 20 vezes. Este pode ser um sinal de transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Aí, que tal uma opinião médica?
Exagere sempre, sem medo, de forma arrojada. Mas com moderação…
Autor: Gustavo Rugila